Bulimia: o que é, sintomas, causas e como apoiar adolescentes em segurança

A bulimia nervosa é uma perturbação caracterizada por compulsão alimentar seguida de comportamentos compensatórios, com impacto significativo na saúde física e emocional dos adolescentes.
Fortemente associada à ansiedade e à autoestima, exige identificação precoce e acompanhamento especializado. 🚨
Neste artigo, esclarecemos o que é a bulimia, os seus sintomas e fatores que contribuem para o seu desenvolvimento.
O que é a bulimia nervosa?
A Bulimia Nervosa é um distúrbio grave caracterizado por episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios para evitar o ganho de peso, como vómitos ou exercício físico excessivo.
Também envolve uma sensação de falta de controlo sobre o ato de comer.
Os indivíduos com bulimia podem ter dificuldade em manter um peso saudável e apresentam uma imagem corporal distorcida (peso e forma) que influencia a sua autoavaliação.
A bulimia não se resume apenas a um problema com a comida; envolve a imagem corporal, a autoestima, a gestão de emoções, o stress e outras questões subjacentes. 😞
Pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, género ou origem.
Identificar os sintomas precoces da bulimia é crucial para a eficácia do tratamento e para prevenir o desenvolvimento futuro da perturbação!
Sintomas comuns da bulimia
- Consumir grandes quantidades de alimentos num curto período de tempo, com sensação de perda de controlo.
- Realizar comportamentos como vómitos, jejuns ou exercício excessivo para compensar a ingestão alimentar.
- Medo intenso de ganhar peso e valorização extrema da forma corporal na autoimagem.
- Ansiedade, sintomas depressivos, culpa e vergonha; muitos adolescentes escondem os seus comportamentos.
- Baixa autoestima, autocrítica e comparação social constante.
- Alterações menstruais, como ciclos irregulares ou amenorreia.

Os sintomas podem permanecer ocultos durante meses — ou anos — porque adolescentes com bulimia tendem a ser discretos, disciplinados e, muitas vezes, funcionam bem na escola, o que atrasa o diagnóstico.
Porque a bulimia acontece? Fatores que influenciam os adolescentes
A bulimia resulta de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Entre os mais documentados, temos:
🪞 Pressão estética e comparação social: O uso intensivo de redes sociais e padrões irrealistas de beleza aumentam a insatisfação corporal e o risco de comportamentos alimentares desregulados.
😰 Ansiedade e dificuldade em lidar com emoções intensas: Muitos adolescentes utilizam a comida (ou o controlo sobre ela) como forma de lidar com stress, medo, culpa ou frustração.
🕵️ Perfeccionismo e autoexigência elevada: Presentes especialmente em adolescentes com alta performance académica, sensíveis à crítica ou com dificuldade em aceitar falhas.
🧬 Histórico familiar de perturbações alimentares ou ansiedade: Fatores genéticos e ambientais aumentam a vulnerabilidade.
🧠 Desequilíbrios neurobiológicos: Estudos sugerem alterações em circuitos de recompensa e impulsividade em pessoas com bulimia.
Qual a diferença da Bulimia para a Anorexia?
Embora bulimia e anorexia sejam ambas perturbações do comportamento alimentar, diferem sobretudo na forma como se manifestam.
Na bulimia, ocorrem episódios de ingestão compulsiva seguidos de comportamentos compensatórios, como vómitos, jejum ou exercício excessivo, sendo que o peso pode permanecer dentro dos valores considerados normais. 🍔🤮
Já a anorexia caracteriza-se por uma restrição alimentar persistente, medo intenso de ganhar peso e distorção da imagem corporal, conduzindo frequentemente a um peso significativamente abaixo do esperado. 🚫🍔
Enquanto a bulimia envolve ciclos de compulsão e compensação, a anorexia centra-se sobretudo na restrição severa.
Como é feito o diagnóstico da bulimia nervosa?
O diagnóstico clínico deve ser realizado por psicólogos e médicos especializados, seguindo critérios internacionais como o DSM-5, que inclui:
- Avaliação do comportamento alimentar
- Análise de padrões emocionais
- Histórico de peso e imagem corporal
- Comportamentos compensatórios
- Impacto funcional e social
- Comorbilidades (ansiedade, depressão, PHDA, outras perturbações emocionais)
Exames médicos podem ser necessários para avaliar riscos físicos, como desequilíbrios eletrolíticos e alterações cardíacas.
Tratamento: porque deve ser multidisciplinar
A bulimia nervosa exige uma intervenção especializada e integrada, envolvendo psicoterapia, acompanhamento médico, avaliação nutricional, acompanhamento escolar e apoio familiar.
Embora o tratamento da bulimia requeira equipas especializadas, muitos adolescentes com esta perturbação apresentam sintomas secundários que beneficiam de intervenção neuropsicológica e de regulação emocional, tais como:
- Ansiedade elevada
- Impulsividade
- Dificuldade em gerir emoções intensas
- Preocupações constantes com desempenho e imagem
- Baixa autoestima
- Dificuldade em manter rotinas ou foco escolar
Trabalhamos precisamente nestas áreas, utilizando abordagens não-invasivas, como é o caso do Neurofeedback e da Psicologia Clínica.
Quando os pais devem procurar ajuda?
A intervenção precoce é a variável que mais influencia a recuperação.
Os pais devem procurar ajuda quando observam:
⚠️ Mudanças bruscas no padrão alimentar
⚠️ Idas frequentes à casa de banho após refeições
⚠️ Isolamento social
⚠️ Preocupação excessiva com peso e forma
⚠️ Exercício físico compulsivo
⚠️ Humor depressivo, ansiedade ou irritabilidade
⚠️ Sinais de perfeccionismo extremo
Nunca se deve esperar que “passe sozinho”. Perturbações alimentares tendem a agravar-se sem apoio.
Considerações Finais
A bulimia nervosa é uma perturbação alimentar grave, com impacto emocional, físico e social significativo para adolescentes e famílias.
Quanto mais cedo for identificada, maior a probabilidade de recuperação e menor o risco de complicações.
A NeuroImprove não substitui o tratamento clínico especializado para perturbações alimentares, mas está disponível para apoiar adolescentes que apresentam ansiedade, dificuldades emocionais, impulsividade ou baixa autoestima associadas ao quadro.
O caminho pode ser desafiante, mas nunca deve ser percorrido sozinho. 💙
Referências
American Psychiatric Association: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th ed Text Revision (DSM-5-TR). Washington, DC, American Psychiatric Association, 2022, pp 752.
Crone, C., Fochtmann, L. J., Attia, E., Boland, R., Escobar, J., Fornari, V., Golden, N., & Medicus, J. (2023). The American Psychiatric Association practice guideline for the treatment of patients with eating disorders. American Journal of Psychiatry, 180(2). https://doi.org/10.1176/appi.ajp.23180001
Frank, G. K. W., Shott, M. E., & DeGuzman, M. C. (2019). The Neurobiology of Eating Disorders. Child and adolescent psychiatric clinics of North America, 28(4), 629–640. https://doi.org/10.1016/j.chc.2019.05.007
National Institute of Mental Health (NIH), 2025. Eating Disorders. Department of Health and Human Services, National Institutes of Health. https://www.nimh.nih.gov/health/topics/eating-disorders
2021 Global Burden of Disease (GBD) [online database]. Seattle: Institute for Health Metrics and Evaluation; 2024. https://vizhub.healthdata.org/gbd-results/
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