Anorexia Nervosa: O que é? Como ajudar adolescentes?

A anorexia (ou anorexia nervosa) é uma das perturbações alimentares mais conhecidas e também uma das mais graves.
🚫🍔 Caracteriza-se por uma restrição alimentar intensa, um medo persistente de ganhar peso e uma perceção distorcida do próprio corpo.
A adolescência é um período particularmente sensível para o desenvolvimento desta condição, pois coincide com grandes mudanças físicas, emocionais e sociais.
Neste artigo vamos explicar o que é a anorexia, como se manifesta, porque surge, e quando procurar ajuda especializada.
O que é a Anorexia Nervosa?
A Anorexia Nervosa é uma condição de saúde mental séria caracterizada por um medo intenso de ganhar peso.
Esse medo leva os indivíduos a uma restrição alimentar extrema, limitando rigorosamente a ingestão de energia necessária ao funcionamento do corpo, o que resulta numa perda de peso acentuada.
Pessoas com anorexia apresentam uma imagem corporal profundamente distorcida, com dificuldade em avaliar o próprio peso e a sua gravidade.
Mesmo em casos de magreza extrema, o adolescente pode sentir-se “acima do peso” ou insatisfeito com a sua aparência. 😞
As repercussões da anorexia vão para além das consequências físicas: afetam autoestima, emoções, vida social e perceção de identidade. A gravidade desta perturbação exige cuidados especializados, compassivos e multidisciplinares.
Sintomas da Anorexia Nervosa
Os sintomas da anorexia podem variar de pessoa para pessoa, mas incluem frequentemente:
- Perda de peso significativa e intencional, chegando a níveis de subnutrição para a idade e altura.
- Pensamentos constantes sobre comida, dietas rígidas, comparação corporal e necessidade de controlo.
- Padrões alimentares restritivos e rituais como cortar alimentos em pedaços muito pequenos ou evitar comer em público.
- Sinais físicos: fadiga, tonturas, unhas fracas, queda de cabelo, pele muito seca e, em alguns casos, o desenvolvimento de uma camada de pelos finos chamada lanugo.
- Isolamento social, especialmente em situações que envolvem refeições.
- Alterações hormonais, incluindo menstruação irregular ou ausência de menstruação (amenorreia) nas adolescentes.
📌 Importante: Muitas destas manifestações podem evoluir de forma silenciosa, e por isso a observação precoce pelos pais é essencial.
Porque é que a anorexia acontece? Causas possíveis
A anorexia nervosa não tem uma única causa.
A investigação científica mostra que resulta da combinação de fatores:
🧬 Biológicos e genéticos
Estudos indicam uma predisposição genética significativa para perturbações alimentares, incluindo a anorexia.
Alterações nos sistemas de dopamina e serotonina também têm sido identificadas em adolescentes com anorexia.
🌍 Socioculturais
Fatores como a pressão estética, a influência das redes sociais, a valorização excessiva da magreza e a participação de círculos sociais e ambientes onde a aparência é muito enfatizada podem contribuir para o desenvolvimento da anorexia nervosa.
💭 Psicológicos
A anorexia está altamente associada a um padrão de pensamentos destrutivos, que podem ser resultado de outras perturbações de foro psiquiátrico, como a ansiedade e a depressão.
Perfecionismo extremo, baixa autoestima, necessidade intensa de controlo e decisões rígidas ou dicotómicas (“é tudo ou nada”) são alguns exemplos destes pensamentos destrutivos.
😰 Emocionais
A anorexia pode emergir como uma forma de lidar com emoções difíceis, como stress académico ou mudanças familiares.
Embora o sintoma visível seja a restrição alimentar, a raiz é frequentemente emocional. Por isso, o acompanhamento psicológico precoce é essencial.
Anorexia ou Bulimia: o que têm em comum e o que as distingue?
Ambas são perturbações alimentares sérias, com forte ligação à ansiedade e à autoimagem.
➡️ Para saber mais sobre bulimia, consulte o nosso artigo completo sobre o tema.
O que está por trás da falta de apetite? (anorexia fisiológica vs anorexia nervosa)
O termo “anorexia” significa apenas perda de apetite. Pode ocorrer em situações como febre, infeções, stress intenso ou até como efeitos secundários de medicamentos.
Isto chama-se anorexia fisiológica: é temporária e não tem relação com a autoimagem.
Já a anorexia nervosa não é falta de apetite:
➡️ O adolescente muitas vezes sente fome, mas nega intencionalmente a ingestão alimentar por medo de ganhar peso e por perceção corporal distorcida.
Esta é a diferença fundamental entre os dois conceitos.
Como é feito o diagnóstico da Anorexia Nervosa?
O diagnóstico deve ser realizado por médicos e psicólogos especializados, seguindo critérios internacionais como o DSM-5.
A avaliação frequentemente inclui:
- Padrões alimentares
- Peso e IMC em relação à idade
- Distorção da imagem corporal
- Impacto emocional e social
- Presença de ansiedade ou depressão
- Histórico de desenvolvimento do adolescente
- Risco físico imediato (saúde cardíaca, desidratação, défices nutricionais)
Tratamento da anorexia: como apoiar?
A anorexia infantil é uma perturbação complexa que exige tratamento especializado e multiprofissional.
🧠 Na NeuroImprove, utilizamos intervenções complementares, com as abordagens do Neurofeedback e da Psicologia Clínica.
Podemos apoiar adolescentes que apresentam:
- Ansiedade associada
- Dificuldade em regular emoções
- Baixa autoestima
- Padrões de pensamento rígidos
- Dificuldade em lidar com o stress
A intervenção precoce é essencial, e pode envolver psicoterapia (como a Terapia Cognitivo Comportamental), acompanhamento médico, reeducação alimentar com nutricionista – além de muito apoio familiar!
Conclusão: compreender a anorexia é o primeiro passo para ajudar
A anorexia nervosa é uma perturbação alimentar séria, especialmente na adolescência, mas com elevada taxa de recuperação quando identificada e acompanhada de forma precoce.
Quanto mais cedo a família compreender os sinais (físicos, emocionais e comportamentais), mais rapidamente o adolescente pode receber o apoio adequado.
A anorexia não é “frescura”, não é “vaidade”, e não desaparece sozinha.
É uma condição complexa que merece cuidado, escuta e tratamento especializado. 🤗
Referências
American Psychiatric Association: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th ed Text Revision (DSM-5-TR). Washington, DC, American Psychiatric Association, 2022, pp 752.
Attia, E., & Walsh, B. T. (2009). Behavioral management for anorexia nervosa. The New England journal of medicine, 360(5), 500–506. https://doi.org/10.1056/NEJMct0805569
National Institute of Mental Health (NIH), 2025. Eating Disorders. Department of Health and Human Services, National Institutes of Health. https://www.nimh.nih.gov/health/topics/eating-disorders
Steinglass, J. E., & Walsh, B. T. (2016). Neurobiological model of the persistence of anorexia nervosa. Journal of eating disorders, 4, 19. https://doi.org/10.1186/s40337-016-0106-2
Treasure, J., Duarte, T. A., & Schmidt, U. (2020). Eating disorders. Lancet (London, England), 395(10227), 899–911. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30059-3
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