A gravidez é uma fase única, especial e um verdadeiro marco na vida de uma mulher! Um novo capítulo começa, toda a vida muda e o foco deixa de estar apenas em si mesma para se expandir à nova vida que está a ser gerada. 🩷
Como em todos os momentos de grandes mudanças, é natural que surjam preocupações e receios - e a gravidez não é exceção. Seja pelo seu processo, pelo parto e até pelo futuro. 🤰
👉 No entanto, um sinal de alerta surge quando essas preocupações e receios deixam de ser passageiros e passam a ser persistentes, afetando o bem-estar da mãe e consequentemente, o desenvolvimento do bebé.
Neste artigo, vamos falar em que medida a ansiedade na gravidez pode ser prejudicial, quais as suas causas, como diminuir os sintomas e formas de intervenção.
A gravidez é um processo complexo e extremamente importante para todas as futuras mães. Por essa razão, é caracterizado por oscilações nos níveis de ansiedade, principalmente no primeiro e terceiro trimestres devido à preocupação com o aborto e com a experiência do parto, respetivamente.
Estudos confirmam que a gravidez é, de facto, um processo de muitas transformações que exigem uma adaptação da mãe, seja:
🔹pelas alterações do corpo;
🔹por situações reais ou hipotéticas que possam ocorrer durante o período de gestação e no parto;
🔹pelas expectativas em torno dos novos papéis que surgem com a maternidade e em torno do bebé - e que implicam uma reestruturação na esfera familiar e social.
Esta adaptação pode revelar-se, muitas vezes, difícil a diferentes níveis (psicológico, físico e mental) e criar as condições perfeitas para o desenvolvimento da ansiedade na gravidez.
O período de gestação é uma experiência totalmente única para cada mulher. No entanto, quando falamos de ansiedade na gravidez, existem sinais que merecem especial atenção.
Os sintomas psicológicos passam por:
🔸Preocupação com a saúde do bebé
🔸Medo do parto e possíveis complicações no trabalho de parto
🔸Receios sobre as mudanças no estilo de vida
🔸Equilíbrio entre o trabalho, vida pessoal e maternidade
🔸Irritabilidade
E há também sintomas físicos, como:
🔸Palpitações
🔸Falta de ar
🔸Tensão
🔸Náuseas e vómitos
🔸Sensação de cansaço e fadiga
🔸Inquietação
🔸Tremores
A presença destes sintomas, por longos períodos de tempo, afeta não só a mãe mas também o próprio bebé, podendo resultar em peso abaixo do normal, partos prematuros e atrasos no desenvolvimento.
Ao identificar estes sintomas, é crucial procurar a orientação de um profissional de saúde para indicar os passos a seguir. Afinal, para uma gravidez saudável, é essencial um contacto regular com estes profissionais e partilhar qualquer sintoma que surja - mesmo aqueles que possam parecer, à primeira vista, “normais”.
A falta de suporte social e familiar, más experiências de uma gravidez anterior e a presença de outras perturbações psicológicas (como depressão, bipolaridade, PHDA, entre outras) são fatores que favorecem o seu desenvolvimento.
Adicionalmente, um estudo que contou com a participação de 150 mulheres grávidas apontou 10 principais fatores ligados à ansiedade na gravidez. Vejamos na seguinte imagem:
Além destes, existem outros fatores que podem também contribuir para a preocupação excessiva e para os pensamentos ansiosos de muitas mães. Porém, nesses momentos intensos repletos de dúvidas, aflição ou receio, é fundamental recorrer a estratégias para conseguir encontrar novamente a calma.
Como temos vindo a comprovar ao longo do artigo, os receios e medos do processo da gravidez (e da própria maternidade) podem ser avassaladores e difíceis de lidar, interferindo com o bem-estar físico, emocional e mental da gestante.
Por esse motivo, é importante procurar formas de afastar esses pensamentos e sentimentos negativos através de técnicas e estratégias eficazes.
Estudos apontam algumas práticas como:
🔹Yoga 🧘♀️
🔹Terapia com música 🎵
🔹Massagens 💆♀️
Além do mais, são ainda destacadas intervenções como:
🔹Terapia Cognitivo-Comportamental, que permite substituir pensamentos, sentimentos e comportamentos disruptivos por pensamentos racionais.
🔹Palestras Interativas ou Grupos de Apoio que promovem o conhecimento sobre a maternidade e a gravidez e que permitem clarificar incertezas sobre o seu processo e o parto.
Ou seja, a vertente educativa pode ajudar na redução dos níveis de preocupação.
Com a ansiedade na gravidez, é natural que surja a necessidade de procurar formas de aliviar os sintomas e diminuir os receios e preocupações excessivas.
⚠️ No entanto, é fundamental que não inicie, troque ou pare qualquer tipo de medicação sem a indicação/recomendação de um médico. 💊❌
Mesmo para ingredientes naturais (como chás), deve existir também um cuidado especial em que deve ser pedida uma opinião profissional.
É normal que surjam dúvidas, receios e incertezas. No entanto, se sente que estes tomam conta de si e da sua mente, deve procurar ajuda profissional.
Este apoio pode fazer toda a diferença e tornar a jornada da gravidez um processo mais bonito, saudável, tranquilo e racional.
Na NeuroImprove aplicamos abordagens rigorosas aos desafios e obstáculos em todos os domínios e contextos de vida. A nossa abordagem passa:
A ansiedade na gravidez e a depressão pós-parto podem estar relacionadas e existem estudos que falam exatamente sobre isso. ✅
📈 Dados que se debruçaram sobre a preocupação na gravidez e o risco de depressão pós-parto apontam que mulheres com elevados níveis de preocupação têm 4x mais chances de desenvolver depressão pós-parto do que aquelas que apresentam níveis baixos ou moderados.
Ou seja, mulheres que sentem grandes níveis de preocupação, como acontece frequentemente com a ansiedade, têm maiores probabilidades de desenvolver depressão pós-parto. Desta forma, o acompanhamento médico, tanto físico como psicológico, torna-se fundamental nesta fase.
A gravidez é um marco especial na vida de muitas mulheres e, por essa razão, acabam por surgir várias preocupações e receios que, quando excessivos, podem prejudicar a mãe e o próprio bebé.
Este é um período de transformações, emoções intensas e sobretudo expectativas, por isso, é normal sentir alguma ansiedade e inquietação no processo. Isto não significa que estejam a falhar no papel como mãe, pelo contrário, demonstra a importância e carinho por este novo capítulo. 👩🍼🍼
⚠️ No entanto, se sentir que essas preocupações e inquietações atrapalham o dia a dia e que a afetam fisicamente, é importante investigar e entrar em contacto com um profissional.
Cuidar do emocional é também cuidar do bebé e com o apoio profissional e estratégias certas é possível viver esta fase com mais confiança e tranquilidade. 🩷
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