Ansiedade na gravidez prejudica o bebé? Entenda quais os riscos e como agir.

A gravidez é uma fase única, especial e um verdadeiro marco na vida de uma mulher! Um novo capítulo começa, toda a vida muda e o foco deixa de estar apenas em si mesma para se expandir à nova vida que está a ser gerada. 🩷

Como em todos os momentos de grandes mudanças, é natural que surjam preocupações e receios - e a gravidez não é exceção. Seja pelo seu processo, pelo parto e até pelo futuro. 🤰

👉 No entanto, um sinal de alerta surge quando essas preocupações e receios deixam de ser passageiros e passam a ser persistentes, afetando o bem-estar da mãe e consequentemente, o desenvolvimento do bebé. 

Neste artigo, vamos falar em que medida a ansiedade na gravidez pode ser prejudicial, quais as suas causas, como diminuir os sintomas e formas de intervenção. 

O que é a ansiedade na gravidez?

A gravidez é um processo complexo e extremamente importante para todas as futuras mães. Por essa razão, é caracterizado por oscilações nos níveis de ansiedade, principalmente no primeiro e terceiro trimestres devido à preocupação com o aborto e com a experiência do parto, respetivamente. 

Estudos confirmam que a gravidez é, de facto, um processo de muitas transformações que exigem uma adaptação da mãe, seja:

🔹pelas alterações do corpo;

🔹por situações reais ou hipotéticas que possam ocorrer durante o período de gestação e no parto; 

🔹pelas expectativas em torno dos novos papéis que surgem com a maternidade e em torno do bebé - e que implicam uma reestruturação na esfera familiar e social.

Esta adaptação pode revelar-se, muitas vezes, difícil a diferentes níveis (psicológico, físico e mental) e criar as condições perfeitas para o desenvolvimento da ansiedade na gravidez.

Quais os sintomas comuns da ansiedade na gravidez?

O período de gestação é uma experiência totalmente única para cada mulher. No entanto, quando falamos de ansiedade na gravidez, existem sinais que merecem especial atenção. 

Os sintomas psicológicos passam por:

🔸Preocupação com a saúde do bebé

🔸Medo do parto e possíveis complicações no trabalho de parto

🔸Receios sobre as mudanças no estilo de vida

🔸Equilíbrio entre o trabalho, vida pessoal e maternidade

🔸Problemas de sono

🔸Irritabilidade

E há também sintomas físicos, como:

🔸Palpitações

🔸Falta de ar 

🔸Tensão

🔸Náuseas e vómitos

🔸Sensação de cansaço e fadiga

🔸Inquietação

🔸Tremores

A presença destes sintomas, por longos períodos de tempo, afeta não só a mãe mas também o próprio bebé, podendo resultar em peso abaixo do normal, partos prematuros e atrasos no desenvolvimento. 

Ao identificar estes sintomas, é crucial procurar a orientação de um profissional de saúde para indicar os passos a seguir. Afinal, para uma gravidez saudável, é essencial um contacto regular com estes profissionais e partilhar qualquer sintoma que surja - mesmo aqueles que possam parecer, à primeira vista, “normais”. 

Quais são as causas da ansiedade na gravidez?

A falta de suporte social e familiar, más experiências de uma gravidez anterior e a presença de outras perturbações psicológicas (como depressão, bipolaridade, PHDA, entre outras) são fatores que favorecem o seu desenvolvimento.

Adicionalmente, um estudo que contou com a participação de 150 mulheres grávidas apontou 10 principais fatores ligados à ansiedade na gravidez. Vejamos na seguinte imagem:

Além destes, existem outros fatores que podem também contribuir para a preocupação excessiva e para os pensamentos ansiosos de muitas mães. Porém, nesses momentos intensos repletos de dúvidas, aflição ou receio, é fundamental recorrer a estratégias para conseguir encontrar novamente a calma. 

Como acalmar a ansiedade na gravidez?

Como temos vindo a comprovar ao longo do artigo, os receios e medos do processo da gravidez (e da própria maternidade) podem ser avassaladores e difíceis de lidar, interferindo com o bem-estar físico, emocional e mental da gestante. 

Por esse motivo, é importante procurar formas de afastar esses pensamentos e sentimentos negativos através de técnicas e estratégias eficazes

Estudos apontam algumas práticas como:

🔹Yoga 🧘‍♀️

🔹Terapia com música 🎵

🔹Massagens 💆‍♀️

🔹Práticas de Mindfulness

Além do mais, são ainda destacadas intervenções como:

🔹Terapia Cognitivo-Comportamental, que permite substituir pensamentos, sentimentos e comportamentos disruptivos por pensamentos racionais.

🔹Palestras Interativas ou Grupos de Apoio que promovem o conhecimento sobre a maternidade e a gravidez e que permitem clarificar incertezas sobre o seu processo e o parto.

Ou seja, a vertente educativa pode ajudar na redução dos níveis de preocupação.

O que tomar para a ansiedade na gravidez

Com a ansiedade na gravidez, é natural que surja a necessidade de procurar formas de aliviar os sintomas e diminuir os receios e preocupações excessivas.

⚠️ No entanto, é fundamental que não inicie, troque ou pare qualquer tipo de medicação sem a indicação/recomendação de um médico. 💊❌

Mesmo para ingredientes naturais (como chás), deve existir também um cuidado especial em que deve ser pedida uma opinião profissional.

Como podemos intervir na ansiedade na gravidez?

É normal que surjam dúvidas, receios e incertezas. No entanto, se sente que estes tomam conta de si e da sua mente, deve procurar ajuda profissional. 

Este apoio pode fazer toda a diferença e tornar a jornada da gravidez um processo mais bonito, saudável, tranquilo e racional. 

Na NeuroImprove aplicamos abordagens rigorosas aos desafios e obstáculos em todos os domínios e contextos de vida. A nossa abordagem passa:

  1. pela Psicologia - primeira linha de tratamento para ansiedade na gravidez.
  2. pelo Neurofeedback - que promove padrões de atividade cerebral mais saudáveis. 🧠

Ansiedade na gravidez e depressão pós-parto: de que forma estão relacionadas?

A ansiedade na gravidez e a depressão pós-parto podem estar relacionadas e existem estudos que falam exatamente sobre isso.

📈 Dados que se debruçaram sobre a preocupação na gravidez e o risco de depressão pós-parto apontam que mulheres com elevados níveis de preocupação têm 4x mais chances de desenvolver depressão pós-parto do que aquelas que apresentam níveis baixos ou moderados. 

Ou seja, mulheres que sentem grandes níveis de preocupação, como acontece frequentemente com a ansiedade, têm maiores probabilidades de desenvolver depressão pós-parto. Desta forma, o acompanhamento médico, tanto físico como psicológico, torna-se fundamental nesta fase. 

Considerações finais

A gravidez é um marco especial na vida de muitas mulheres e, por essa razão, acabam por surgir várias preocupações e receios que, quando excessivos, podem prejudicar a mãe e o próprio bebé.

Este é um período de transformações, emoções intensas e sobretudo expectativas, por isso, é normal sentir alguma ansiedade e inquietação no processo. Isto não significa que estejam a falhar no papel como mãe, pelo contrário, demonstra a importância e carinho por este novo capítulo. 👩‍🍼🍼

⚠️ No entanto, se sentir que essas preocupações e inquietações atrapalham o dia a dia e que a afetam fisicamente, é importante investigar e entrar em contacto com um profissional. 

Cuidar do emocional é também cuidar do bebé e com o apoio profissional e estratégias certas é possível viver esta fase com mais confiança e tranquilidade. 🩷

Referências

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