Sensação de acordar cansado(a)? Saiba como as insónias podem impactar o seu bem-estar.

Já alguma vez sentiu que tem uma má qualidade de sono

Que, durante o dia, se sente frequentemente cansado(a) e mesmo assim, as suas noites são passadas em branco com dificuldades em adormecer e um sono pouco reparador? 😞🪫

As insónias parecem inofensivas, mas a verdade é que podem causar um enorme desgaste e a médio/longo prazo provocar problemas sérios na saúde e bem-estar. 🫀

Ao longo deste artigo vamos falar um pouco sobre: o que são insónias, quais os sintomas, causas, como prevenir e intervir perante esta perturbação.

O que são Insónias?

As Insónias são uma perturbação do sono relacionadas com a dificuldade em adormecer e em manter um sono profundo e reparador.

📊 Dados estatísticos da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Sociedade Portuguesa de Medicina no Trabalho apontam que:

Esta perturbação afeta diretamente a qualidade de vida do indivíduo a longo prazo, causa alterações funcionais no dia a dia (podendo afetar inclusive, o desempenho no trabalho) e pode ser desenvolvida por vários fatores, que iremos explorar em diante.

Quais os sintomas mais comuns nas Insónias?

Em certo ponto, todos já passamos por fases em sentimos dificuldades em adormecer, que a qualidade do sono era de fraca qualidade, pouco reparadora e que o cansaço estava presente. De facto, é normal que aconteça por curtos períodos de tempo, seja pela rotina ou acontecimentos da vida pessoal.

No entanto, quando estamos perante Perturbações de Insónia, estes sintomas persistem e permanecem durante longos períodos, verificando-se:

🔹Dificuldade em adormecer e em encontrar uma posição confortável para dormir.

🔹Cansaço físico, mental e sonolência durante o dia.

🔹Dificuldade em dormir e manter um sono profundo durante longos períodos de tempo.

🔹Pesadelos.

🔹Dificuldade em acordar.

🔹Padrões e ciclos de sono desregulados.

🔹Bruxismo (ranger de dentes durante o sono).

🔹Dificuldade em sentir-se descansado, mesmo após várias horas de sono.

🔹Irritabilidade e ansiedade.

A Insónia não se trata apenas de dificuldades em adormecer ou em dormir bem. É uma condição séria que traz consequências significativas, abrindo portas para problemas graves para a saúde geral. 

Um estudo publicado no Journal of Sleep Research diz-nos que a Insónia aumenta os riscos para:

➡️ Doenças cardiovasculares

➡️ Obesidade

➡️ Diabetes

➡️ Depressão

➡️ Ansiedade 

Tipos de Insónias

Dados do DSM-5 apontam que podemos distinguir 3 tipos de Insónia de acordo com a frequência dos episódios ao longo do tempo: 

Se de alguma forma, se identifica com os sintomas e frequências acima descritos, é importante que procure ajuda profissional. Só assim poderá encontrar soluções viáveis e eficazes para recuperar a qualidade do sono e dar ao seu corpo e mente o descanso necessário. 

O que provoca a ausência de sono?

As insónias podem começar por diversos motivos. Segundo o DSM-5, pessoas que já têm uma predisposição para a insónia podem desenvolvê-la após experienciar eventos stressantes ou traumáticos.

No entanto, existem fatores que contribuem para o seu aparecimento e prolongamento: 

😫  Fatores perpetuadores

Alguns comportamentos podem aumentar a dificuldade em adormecer, como é o caso de maus hábitos antes de dormir, horários de sono irregulares e ansiedade pela dificuldade em dormir (que acabam por agravar o problema).

🌡️ Fatores Temperamentais

Pessoas que experienciam frequentemente sentimentos ansiosos, que têm tendência a colocar preocupações excessivas, e que reprimem emoções apresentam uma maior vulnerabilidade à insónia.

💡 Fatores Ambientais

O ambiente em redor influencia muito a qualidade do sono e a facilidade (ou, neste caso, dificuldade) em adormecer. O ruído, a iluminação inadequada, temperaturas extremas (muito elevadas ou muito baixas) são fatores que podem dificultar o sono e por consequência aumentar o risco de insónia.

🧬 Fatores Genéticos e fisiológicos

O género feminino, a idade avançada e o histórico familiar estão associados a um risco maior de insónia. 

Ainda dentro dos fatores fisiológicos, estudos comprovam que frequentemente existem insónias na gravidez, que podem estar relacionadas com variáveis como: idade da gestante, trimestre da gravidez, sintomas de ansiedade e depressão, nível de escolaridade e traços de personalidade.

🔄 Hábitos

Práticas e hábitos como o consumo excessivo de cafeína, álcool e a irregularidade dos horários de sono, são fatores que favorecem bastante não só o desenvolvimento mas também a persistência da insónia.

O que fazer quando se tem insónias? 

A resposta está nos hábitos. Ou seja, para promover a qualidade do sono e evitar, consequentemente, o surgimento de problemas maiores, como a insónia, é fundamental eliminar hábitos ou comportamentos que contrariem esse objetivo. 

A Associação Portuguesa de Sono aponta que, para uma boa higiene do sono, é necessário evitar qualquer tipo de medicação que não seja prescrita por especialistas na área. 

Além disso, é importante adotar práticas como:

☑️ Limitar sestas ao longo do dia.

☑️ Evitar a ingestão de alimentos e líquidos antes da hora de dormir. 

☑️ Dar preferência a bebidas que não sejam energéticas ou à base de cafeína.

☑️ Reduzir ou eliminar a nicotina à noite.

☑️ Manter o espaço de descanso livre de atividades estimulantes como o trabalho ou a leitura intensa. 

☑️ Estabelecer um horário fixo para deitar e acordar (todos os dias).

☑️ Diminuir a luminosidade ou ativar o modo noturno de dispositivos e ecrãs (e evitar utilizá-los antes de dormir).

☑️ A prática de exercício pode ser benéfica mas é importante que não seja próxima do horário de sono. 

☑️ Implementar técnicas de relaxamento, como é o caso de banhos quentes ou técnicas de respiração como a Respiração Diafragmática que promovem a calma. 

Estas são algumas orientações para promover uma boa higiene do sono. No entanto, se, mesmo seguindo estas recomendações, continuar a sentir:

  • dificuldades em adormecer, 
  • sono pouco reparador ou
  • cansaço presente diariamente

Deve consultar um profissional para que seja possível intervir da forma mais adequada à sua situação.

⚠️ É ainda mais importante que não se automedique. Tomar medicamentos por conta própria pode inclusive piorar o problema. Deve recorrer a medicação ou suplementação somente mediante o aconselhamento de um profissional que estará ciente da origem das suas insónias.

Isónias e PHDA: podem estar relacionadas?

Estudos publicados no Frontiers in Psychiatry revelam que a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) pode ocorrer simultaneamente com a Insónia. Destacando que:

 

👉 A gravidade dos sintomas da PHDA está associada ao desenvolvimento da insónia, afetando diretamente a qualidade do sono.

👉 Existe um maior desenvolvimento de perturbação de insónia em pessoas com hábitos pouco saudáveis, como a utilização de dispositivos antes de dormir (devido à luz azul dos ecrãs). Sendo que pessoas com PHDA têm maior tendência para recorrer à tecnologia à noite, podendo aumentar a dificuldade em adormecer e prejudicar, consequentemente, a qualidade do sono. 

👉 Pessoas com PHDA e Perturbação de Insónia, apesar de apresentarem uma qualidade de vida inferior (tanto física como mentalmente), podem ter melhorias ao intervir/tratar a insónia. 

Em suma, adultos com PHDA e Perturbação de Insónia têm:

  • Um quadro clínico mais grave devido aos sintomas acentuados da PHDA.
  • Maiores comorbilidades. 
  • Pior qualidade de vida. 

Assim, este estudo comprova que de facto, ambas as condições podem coexistir e causar um sério impacto na vida do indivíduo e que a intervenção profissional é um ponto-chave para a melhoria da qualidade de vida. 

Como podemos intervir nas Insónias?

Para a intervenção e tratamento da Perturbação de Insónia, estudos mencionam que a Terapia Cognitivo-Comportamental para a Insónia é a primeira linha de tratamento.

Na NeuroImprove, a nossa abordagem é totalmente minuciosa tendo em conta as necessidades de cada cliente.

🧠 Desta forma, considerando que a capacidade de adormecer e permanecer num sono profundo é da responsabilidade de determinadas áreas do cérebro, começamos pela realização de um qEEG (Eletroencefalograma Quantitativo). Este permite avaliar o nível de atividade do cérebro e identificar possíveis desregulações que possam estar a provocar distúrbios no padrão do sono. 

Após identificadas as desregulações e estabelecido um protocolo de tratamento individualizado, a terapia de Neurofeedback permitirá estimular especificamente essas áreas, possibilitando a criação de padrões de atividade mais saudáveis, tanto em situações de atividade como de descanso. 

💬 Por sua vez, com as sessões de Psicologia Clínica :

  • São definidos os objetivos terapêuticos para cada caso.
  • É realizada a revisão do estilo de vida, dos hábitos maladaptativos e da higiene do sono.
  • É promovida a regulação emocional.

👉 O nosso foco está em ajudar pessoas, promovendo o seu bem-estar e contribuindo para uma vida mais equilibrada. Se sente que a qualidade do seu sono é uma constante batalha, estamos aqui para o apoiar através de intervenções eficazes e personalizadas. 🫂

Referências

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Miller, M. Como posso manter um sono saudável? Associação Portuguesa de Sono. https://apsono.com/pt/noticias/noticias-do-sono/24-noticias/noticias-do-sono/407-como-posso-manter-um-sono-saudavel 

Riemann, D., Baglioni, C., Bassetti, C., Bjorvatn, B., Dolenc Groselj, L., Ellis, J.G., Espie, C.A., Garcia-Borreguero, D., Gjerstad, M., Gonçalves, M., Hertenstein, E., Jansson-Fröjmark, M., Jennum, P.J., Leger, D., Nissen, C., Parrino, L., Paunio, T., Pevernagie, D., Verbraecken, J., Weeß, H.-G., Wichniak, A., Zavalko, I., Arnardottir, E.S., Deleanu, O.-C., Strazisar, B., Zoetmulder, M. and Spiegelhalder, K. (2017), European guideline for the diagnosis and treatment of insomnia. J Sleep Res, 26: 675-700. https://doi.org/10.1111/jsr.12594 

Riemann, D., Benz, F., Dressle, R. J., Espie, C. A., Johann, A. F., Blanken, T. F., Leerssen, J., Wassing, R., Henry, A. L., Kyle, S. D., Spiegelhalder, K., & Van Someren, E. J. W. (2022). Insomnia disorder: State of the science and challenges for the future. Journal of Sleep Research, 31(4), e13604. https://doi.org/10.1111/jsr.13604 

Salari, N., Darvishi, N., Khaledi-Paveh, B., Vaisi-Raygani, A., Jalali, R., Daneshkhah, A., Bartina, Y., & Mohammadi, M. (2021). A systematic review and meta-analysis of prevalence of insomnia in the third trimester of pregnancy. BMC Pregnancy and Childbirth, 21. https://doi.org/10.1186/s12884-021-03755-z.

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