O 20 de outubro - Dia Mundial do Combate ao Bullying - relembra-nos da triste realidade para muitas crianças e adolescentes em todo o mundo.
📩 Em Portugal, estima-se que quase 6% dos alunos entre os 11 e os 18 anos, afirmam já ter sido vítimas de bullying.
Esta pode parecer uma realidade distante porque, na verdade, uma vítima de bullying tende a sofrer em silêncio com receio e/ou medo de pedir ajuda, inclusive, estatísticas afirmam que mais de 60% das vítimas não denunciam o bully
Por isso, parte da intervenção e prevenção passa por:
Para compreendermos o bullying temos de perceber o conceito na sua totalidade. Desta forma, o bullying consiste em práticas de agressão (física, verbal ou psicológica) de forma intencional e consistente com o intuito de magoar, humilhar outro indivíduo.
Apesar de estar associado principalmente ao ambiente escolar, o bullying pode acontecer fora desse meio. Pode, inclusive, ocorrer entre adultos em contextos sociais e/ou de trabalho.
É comum as pessoas associarem o bullying à violência física, no entanto, é algo muito mais abrangente do que isso.
Existem várias formas bullying que podem marcar a vítima para o resto da sua vida:
Embora cada vítima reaja de forma diferente, o bullying deixa marcas psicológicas muitas vezes mais dolorosas que feridas físicas, afetando o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Crianças e adolescentes que sofrem de bullying, enfrentam frequentemente consequências psicológicas, como:
🔸Distanciamento emocional
🔸Mutilação
🔸Comportamentos suicidas
🔸Uso de substâncias ilicitas
🔸Consumo de alcool e tabaco
🔸Isolamento
🔸Baixa autoestima
E consequências físicas, como:
🔹Dores físicas (cabeça, estômago, costas, etc)
🔹Cansaço
🔹Falta de apetite
🔹Tonturas
🔹 Cansaço e dificuldade em dormir
As consequências do bullying são determinadas por fatores como a frequência, a severidade e o tipo de bullying.
Por isso, o nosso papel como adultos, passa por estar em constante alerta para sinais como: nódoas negras, ferimentos, mudanças comportamentais e/ou de humor, maus resultados escolares, recusa em ir à escola, queixas físicas, etc.
Ao identificar qualquer um destes sinais, é fundamental oferecer ajuda e disponibilidade para a criança ou adolescente falar abertamente sobre o assunto.
Todos podem ser testemunhas de bullying, incluindo colegas, amigos, professores, familiares, cuidadores ou pais. Qualquer pessoa que presencie uma situação de violência física ou psicológica é considerada testemunha.
Desta forma, perante uma situação de bullying, devemos agir. Ignorar ou ficar a observar não vai ajudar a vítima, por isso, o nosso dever passa por oferecer apoio imediato, tentando, se possível, retirá-la da situação ou fazer queixa a um adulto para que possa intervir o mais rapidamente possível.
Se é vítima de bullying, é importante procurar ajuda o mais rapidamente possível. Optar por alguém da sua confiança para falar sobre a situação deve ser o primeiro passo. Não deve sentir receio, vergonha ou culpa pelo que está a passar, nem deve guardar esse sofrimento para si. A violência não pode ser normalizada nem pode ser aceite em circunstância alguma.
Além de expor a situação a alguém da sua confiança, deverá:
Anote o local da(s) ocorrência(s), incluindo como aconteceu e quando aconteceu.
Se se tratar de um caso de cyberbullying, é importante guardar registos fotográficos das mensagens/comentários que possam servir como prova.
É normal sentir a necessidade de resolver o conflito no momento ou de responder “na mesma moeda” mas é importante evitá-lo a todo o custo.
Reagir com violência pode piorar a situação. Por isso, é importante manter a calma e optar por uma comunicação assertiva dizendo “não aceito que me faças isso” OU afastar-se o máximo possível da situação.
No ambiente escolar e numa situação de perigo/conflito, procure uma pessoa com autoridade - um(a) auxiliar, educador(a) ou professor(a). Este(a) saberá como intervir e ajudar da melhor forma possível.
É importante que não se isole e simplesmente aceite o comportamento do bully.
Estarmos acompanhados com um amigo pode fazer com que nos sintamos mais seguros! Uma companhia nos intervalos ou no caminho para casa/escola poderá afastar situações de bullying.
Vítimas de bullying têm frequentemente uma autoestima baixa, uma visão negativa de si mesmas ou acham-se mais fracos do que o bully. Nesses momentos, deve reconhecer as próprias qualidades, pontos fortes, conquistas e evitar comparar-se a terceiros.
Cada pessoa é especial e diferente, e não devemos ser julgados ou maltratados por sermos quem somos!
O bullying é uma situação séria que deixa marcas para a vida. Falar abertamente com um psicólogo pode-nos ajudar a enfrentar esta situação com mais calma e consciência. Este saberá como nos apoiar e dar as ferramentas necessárias para ajudar a ultrapassar as dores emocionais consequentes desta situação - evitando repercussões graves no futuro.
Estatísticas apontam que uma em cada três crianças no mundo é vítima de bullying.
O bullying não pode ser olhado como uma fase normal da infância/adolescência. Qualquer forma de violência deve ser repreendida e por isso, evitar o bullying começa precisamente pela educação dos mais jovens perpetuando valores como: o respeito pelo próximo, a empatia e a igualdade.
🗣️ Como pais, podemos promover o diálogo diário com a criança e incentivar a partilha dos momentos mais positivos e negativos do seu dia. Isto poderá ajudar a identificar possíveis episódios de bullying.
Existem profissionais e associações disponíveis para apoiar vítimas de bullying e lutar contra o aparecimento destes casos em Portugal. Se é vítima ou conhece uma vítima de bullying é importante agir. Nunca estará sozinho(a). 🫂
👉 O bullying é uma forma de violência que compreende comportamentos agressivos, intencionais e repetidos.
👉 Em Portugal, quase 6% dos alunos, com idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos, afirmam já ter sido vítimas de bullying.
👉 60% das vítimas não denunciam o bully.
👉 Não é só agressão física, existem várias formas de bullying.
👉 O bullying deixa marcas físicas e psicológicas que afetam o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes.
👉 Todos podem ser testemunhas, basta presenciar.
👉 Se é vítima de bullying, deve pedir ajuda a alguém o mais rapidamente possível - um adulto, um amigo, um familiar.
👉 Se é vítima de bullying não deve sentir vergonha, receio, medo ou culpa por estar a viver essa situação. Qualquer tipo de violência deve ser repreendida.
👉A prevenção do bullying começa pela educação dos mais jovens perpetuando valores como: o respeito pelo próximo, a empatia e a igualdade.
Armitage, R. (2021). Bullying in children: impact on child health. BMJ Paediatrics Open, 5. https://doi.org/10.1136/bmjpo-2020-000939.
Oliveira., M. (2025). Quase 6% dos jovens diz já ter sido vítima de bullying em inquérito nacional. https://www.publico.pt/2025/02/24/sociedade/noticia/quase-6-jovens-ja-vitima-bullying-inquerito-nacional-2123609
Ordem dos Psicólogos. Vamos falar sobre Bullying. https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/opp_vamosfalarsobrebullying_documento.pdf
SNS 24. (2025). Prevenção do bullying. https://www.sns24.gov.pt/pt/tema/prevencao-e-cuidados-de-saude/prevencao-do-bullying/